sábado, 15 de agosto de 2009

Apoptose:quando a célula programa a própria morte!


Batizado de apoptose, o suicídio celular programado tem papel importante em diversos processos vitais e em inúmeras doenças. Sua investigação pode ajudar a desenvolver novas terapias e medicamentos.

Muitas células de um organismo morrem para que o conjunto sobreviva. Assim como é preciso gerar novas células para manter processos vitais, é imprescindível eliminar as supérfluas ou defeituosas. No indivíduo adulto, se a multiplicação das células não é compensada de modo preciso por perdas, os tecidos e órgãos crescem sem controle, o que pode levar ao câncer. O que estudos recentes revelaram, porém, é que muitas células carregam instruções internas para "cometer suicídio" no momento em que não são mais úteis ao organismo. Tais instruções são executadas, como um programa, quando certos comandos são acionados.

Essa morte programada só atraiu o interesse dos cientistas nos últimos anos, mas sua compreensão já avançou muito. A morte de células já era conhecida há muito tempo, mas acreditava-se que era sempre prejudicial ao organismo. Hoje, ao contrário, sabe-se que seres pluricelulares só atingem sua forma final porque eliminam de modo seletivo certo número de células. A rã e os insetos são exemplos bem familiares. A rã inicia a vida como girino, forma adaptada ao ambiente aquático. Depois, ganha outras estruturas para viver em terra e ao mesmo tempo ter nadadeiras, guelras e a cauda. Essas perdas decorrem da morte das células. Nos insetos, a mudança de larva para animal adulto (de lagarta para borboleta, por exemplo) exige a morte de milhões de células.

Um comentário:

  1. Acho importante neste ponto, diante de uma colocação presente nesta postagem, tecer um comentário específico.

    A colocação a que me refiro é a seguinte:
    "Muitas células de um organismo morrem para que o conjunto sobreviva".

    Observe que este trecho pode criar uma concepção de autruísmo celular. Ou seja, células fariam um sacrifício em prol das demais. Mas, de acordo com Richard Dawkins não poderia ser isto que acontece, visto que esta estratégia levaria a extinção deste comportamento do ponto de vista evolutivo. Daí, no livro O GENE EGOÍSTA, o autor descorre de como um organismo vivo ao sacrificar-se está na verdade tendo um comportamento EGOÍSTA e não AUTRUÍSTA.

    Recomendo fortemente a leitura deste livro. Um dos principais livro de R. Dawkins que é um renomado e contemporâneo debatedor no cenário internacional.

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